17 de maio de 2010

SOCIODRAMA x PSICODRAMA

Sociodrama: Sócio = grupo, companheiro. Drama = ação.
O protagonista do trabalho é sempre o grupo.

Psicodrama: Psico = Eu. Drama = ação. individuo.
O psicodrama parte de um mundo pessoal e privado e vai buscar a sua inscrição num drama coletivo; a "catarse da pessoa" significa justamente a explicitação coletiva desta dimensão privada que a constitui, ou seja, um movimento "de dentro para fora", uma vivência subjetiva que se objetiva frente ao mundo. É claro que a alienação não se rompe de uma vez por todas, e que o movimento de sua dissolução tende a cair sempre num mundo alienado.

O sociodrama, por outro, parte de conflitos sociais, tal quais objetivados enquanto eventos reais, e convida cada um dos seus agentes potenciais a vivê-los na própria pele.

Desta forma, trata-se de um processo de subjetivação de uma realidade objetiva, a possibilidade da participação e da colocação de cada um frente a uma realidade que é de todos. É verdade que os problemas permanecem após as sessões sociodramáticas e que sua resolução está inscrita numa "praxis" que transcende as paredes dos métodos sociodramáticos.

No entanto, é impossível deixar de ver neste processo uma possibilidade de revolucionar as atitudes, de sacudir o comodismo e de fazer emergir o sujeito humano, enquanto consciência prática de sua posição no mundo. É por esta razão que não saberíamos definir, para o sociodrama, uma meta diferente daquela que, ainda há pouco, assinalávamos para o psicodrama. Como métodos complementares, sua diferença básica reside fundamentalmente na perspectiva com que visualizam e enfrentam o drama humano, pois quer se parta do mundo privado e imaginário de um psicótico ou dos conflitos raciais do bairro de Harlem, os caminhos se cruzam e convergem sempre para um mesmo ponto fundamental, sobre o qual se apoia toda á prática sociátrica; este ponto, que define ontologicamente a vida humana em todos os seus níveis, constitui aquilo que aprendemos com Heidegger, a designar como o "ser-no-mundo”.



Bibliografia:


BARBERÁ, E. KNAPPE.P.P. A Escultura Na Psicoterapia: Psicodrama e outras técnicas de ação. São Paulo: Agora, 1999.

BERMUDEZ, J. G. R. Introdução ao psicodrama. Tradução Dr. José Manoel D Alessandro. São Paulo: Mestre Jou, 1970.

GONÇALVES, C. S. & outros. Lições de Psicodrama. Introdução ao Pensamento de J.L.Moreno. São Paulo: Ágora, 1988.

MARINEAU, R. F. Jacob Levy Moreno 1889-1974 - Pai do psicodrama, da sociometria e da psicoterapia de Grupo. São Paulo: Ágora, 1992.

MORENO, J.L. Psicoterapia de grupo e psicodrama. Tradução José Carlos Vítor Gomes. Campinas. SP: Livro Pleno, 1999.

KNAPPE, P. P. Mais do que um jogo: Teoria e prática do jogo em psicoterapia. São Paulo: Ágora, 1998.

SEIXAS, M. R. A. Sociodrama Familiar Sistêmico. São Paulo:ALEPH, 1992.

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