17 de maio de 2010

JOGOS DRAMÁTICOS EM INSTITUIÇÕES

(Com a utilização estrutural do sociodrama).
Professor/Supervisor: Davison Willians Salemme.

O JOGO:

Tudo começou no período paleolítico, com as ingênuas brincadeiras das crianças. Nesta fase já existem registros de desenhos nas cavernas, provavelmente retratando as guerras entre as tribos ou lutas com os animais (para subsistência). As crianças, posteriormente, imitavam os pais utilizando as armas na simulação de brincadeiras de guerra (role-playing). Neste período já há impressões arqueológicas de que eles tinham consciência do jogo, usando uma bexiga de animal como bola, por exemplo.

Na Idade Média, surge a idéia da simulação de situações. Os pagens simulavam uma "guerra" com as crianças, fazendo uso de arco-e-flexa e de jogos como "cabo de guerra” (interpolação de resistências). Nesta época já há inclusive a idéia de ganho e perda que um jogo pode causar.

No jogo acontece a descoberta de novas formas de se tratar e enfrentar situações iguais ou diferentes - há uma quebra de resistência, diminuindo os bloqueios e a ansiedade e criando um campo relaxado, possibilitando a criação de vínculos e de novas formas de relacionamento.

JOGOS DRAMÁTICOS:

Essa variante privilegia o jogo espontâneo, muitas vezes sem regras pré-estabelecidas, para dinamizar a grupalidade humana. Universalmente difundida, isso se dá basicamente pelo fato de que a necessidade lúdica do jogo é inerente ao crescimento e desenvolvimento humano, e também porque é especialmente aplicada na área da educação. - Nos países anglo-saxônicos o jogo dramático espontâneo é uma atividade comum nas escolas de primeiro e segundo grau, sendo incluído na disciplina conhecida como Teatro na Educação, pois é reconhecido como um meio efetivo de aprendizagem tanto para o conteúdo das matérias quanto para a própria vida.

Ressaltam-se algumas premissas do jogo dramático adaptados à teoria moreniana, sua sistematização com instrumentos e critérios específicos para que se especifique as finalidades da ação:

1° – Aceitabilidade – por ser uma atividade voluntária, o jogo precisa ser aceito para ser iniciado; podendo ser interrompido se necessário.

2° – Como todo jogo tem regras, caso as mesmas se modifiquem por parte do diretor ou dos participantes, o objetivo do jogo pode ser alterado.

3° – Tempo e o espaço são variáveis – de acordo com o diretor ou grupo ou tema que se trabalha.

4° – O resgate a ordem lúdica deve ser preservado e a predisposição ao jogo fará com que os participantes se desprendam de sua vida real.

O jogo dramático leva o indivíduo a desenvolver suas habilidades e é uma forma de desentorpecer o corpo e a mente dos condicionamentos da vida atual, não permitindo a massificação em conservas culturais. Para um bom desempenho da atividade faz-se imprescindível um ambiente adequado (campo relaxado) que permita com que seus participantes encontrem a solução aos desafios apresentados, no campo relaxado há uma visão mais abrangente dos fatos.

Todo primeiro contato gera uma expectativa e cria um campo tenso, em situações como esta, as aplicações de jogos infantis podem ser adaptadas para quebrar o clima. Por meio das apresentações pessoais aplicadas de uma forma diferenciada (ou mesmo informal), seguida de jogos de sensibilização ou aquecimento. Como jogos de expressão corporal. Aliás, outro fator relevante é a forma de comunicação uma vez que o jogo permite a comunicação não-verbal e propicia uma leitura mais precisa do indivíduo.

Bibliografia:


BARBERÁ, E. KNAPPE.P.P. A Escultura Na Psicoterapia: Psicodrama e outras técnicas de ação. São Paulo: Agora, 1999.

BERMUDEZ, J. G. R. Introdução ao psicodrama. Tradução Dr. José Manoel D Alessandro. São Paulo: Mestre Jou, 1970.

GONÇALVES, C. S. & outros. Lições de Psicodrama. Introdução ao Pensamento de J.L.Moreno. São Paulo: Ágora, 1988.

MARINEAU, R. F. Jacob Levy Moreno 1889-1974 - Pai do psicodrama, da sociometria e da psicoterapia de Grupo. São Paulo: Ágora, 1992.

MORENO, J.L. Psicoterapia de grupo e psicodrama. Tradução José Carlos Vítor Gomes. Campinas. SP: Livro Pleno, 1999.
KNAPPE, P. P. Mais do que um jogo: Teoria e prática do jogo em psicoterapia. São Paulo: Ágora, 1998.

SEIXAS, M. R. A. Sociodrama Familiar Sistêmico. São Paulo:ALEPH, 1992.

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